TOMÁS DE AQUINO DEFINE EDUCAÇÃO

 em Antropologia, Educação, Universidade

Não há em toda a obra de S. Tomás de Aquino uma definição formal de educação, que comece com a fórmula “Educar é…”. Entretanto, a maioria dos estudiosos concordam que S. Tomás definiria educar como sendo “a condução e a promoção da prole ao estado perfeito do homem enquanto homem, que é o estado de virtude”.  As diferentes partes desta definição expressam as ideias nucleares sobre a educação como ação humana:

a) – Condução e promoção: A educação não é um processo espontâneo na existência. Se bem que o ser humano possa aprender por si mesmo, quando falamos de educação estamos nos referindo a um processo guiado, no duplo sentido que a definição expressa: suscitado ou promovido por uma parte, e orientado e dirigido por outra. Isso supõe uma intencionalidade consciente de quem educa, e uma certa previsão ou antecipação da finalidade.

b)-  “da prole”: No pensamento tomista a educação é um prolongamento da geração e da nutrição. Essa concepção dos pais como titulares primários da educação não é admitida por todos. Não obstante, expressa em seu sentido profundo um dos postulados indiscutíveis da atualidade: o direito fundamental do ser humano de receber educação, complementar ao direito à subsistência, e ambos essenciais ao direito a uma vida digna.

c)– “ao estado perfeito do homem enquanto homem”: obviamente a educação não outorga a vida ao ser humano, mas busca o imprescindível para que ele tenha uma vida verdadeiramente humana: não lhe dá a vida, mas sim o estado de vida que convém ao ser humano e a sua natureza. Em termos atuais se diria que a educação sustenta a humanização do ser humano, ajudando-o a realizar sua condição pessoal.

d)- “que é o estado de virtude”: esta cláusula expressa a ideia de fim, com uma inequívoca referência ética. Compreensivelmente é a mais discutida na atualidade, pois a finalidade manifesta operativamente o conceito ou ideia de homem subjacente a toda educação, e o terreno antropológico está juncado de controvérsias a esse respeito.

A definição de Tomás de Aquino, em sua literalidade, tem hoje uma vigência reduzida. Entretanto o núcleo de sua concepção se mantém firme, expressando a essência da ação educativa.

ALTAREJOS, Francisco, e NAVAL, Concepción. Filosofia de la Educación. EUNSA, Pamplona, 2004, p. 25.

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